Novo conceito de vacina para combater as bactérias nocivas do intestino

A nova abordagem poderá marcar um ponto de viragem na crise dos antibióticos

07.04.2025
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Na luta contra os patógenos bacterianos, os pesquisadores estão combinando a vacinação com a colonização direcionada do intestino por microrganismos inofensivos (imagem simbólica).

A questão das bactérias intestinais é complexa. Por um lado, estamos dependentes dos microrganismos porque são eles que digerem os alimentos no nosso intestino. Por outro lado, existem também numerosos agentes patogénicos presentes entre as bactérias. Alguns destes agentes patogénicos podem causar diarreia, enquanto outros dependem das circunstâncias: podem viver despercebidos no intestino durante muito tempo, mas tornam-se perigosos se o sistema imunitário estiver enfraquecido, se a parede intestinal estiver danificada ou se entrarem no sangue através de feridas. Isto pode levar a um envenenamento do sangue ou a uma inflamação dos órgãos com risco de vida.

Há muito tempo que os cientistas investigam vacinas contra micróbios patogénicos no intestino - particularmente aqueles contra os quais os antibióticos se tornaram ineficazes devido à resistência. No entanto, esta não é uma tarefa simples, porque o sistema imunitário do intestino funciona de forma diferente do do resto do corpo e a ciência ainda não decifrou totalmente o sistema imunitário intestinal.

Uma combinação eficaz

Emma Slack, professora na ETH Zurich e na Escola de Patologia Sir William Dunn da Universidade de Oxford, está a desenvolver investigação nesta área. Juntamente com Médéric Diard, professor no Biozentrum da Universidade de Basileia, e uma equipa internacional de investigadores, demonstrou agora como podem ser formuladas vacinas orais altamente eficazes contra os agentes patogénicos intestinais: nomeadamente, não só administrando a vacina, mas também combinando-a com bactérias inofensivas que competem com os micróbios patogénicos pelo alimento e, por conseguinte, os matam à fome. Os investigadores demonstraram-no num estudo realizado em ratos e publicado na revista Science.

Com a sua abordagem combinada, os investigadores conseguiram não só impedir a colonização com salmonelas nos ratos, mas também combater eficazmente a bactéria E. coli já estabelecida. Em ambos os casos, a vacinação ou a bactéria inofensiva por si só tiveram um impacto significativamente menor.

Para que as estirpes rivais possam competir com sucesso com os micróbios patogénicos, é vital que cresçam em condições tão semelhantes quanto possível, ou seja, devem viver na mesma secção do intestino, ser capazes de lidar com a mesma acidez e nível de oxigénio e utilizar os mesmos nutrientes.

Os investigadores escolheram ou produziram estirpes concorrentes adequadas em conformidade. No âmbito do estudo, demonstraram em laboratório que é possível produzir uma estirpe concorrente de salmonela altamente eficaz com a ajuda da engenharia genética. No entanto, isto também pode ser feito sem engenharia genética se as estirpes naturais forem habilmente selecionadas e combinadas, como os investigadores demonstraram com uma mistura de três estirpes naturais de E. coli.

"Como jardinagem"

"Embora possamos dizimar as bactérias patogénicas com uma vacina, precisamos de microorganismos inofensivos para preencher o nicho resultante no ecossistema intestinal, a fim de alcançar o sucesso a longo prazo", explica Slack. "É como na jardinagem. Se quisermos evitar as ervas daninhas numa zona do jardim, temos de plantar outras plantas nessa zona depois de as arrancar. Se deixarmos o solo vazio, as ervas daninhas voltam a crescer."

Tal como estudos anteriores demonstraram, a flora intestinal de algumas pessoas inclui naturalmente estirpes bacterianas que competem com as bactérias patogénicas, mantendo-as assim sob controlo. Nestes indivíduos, as vacinas contra os agentes patogénicos intestinais já funcionaram bem no passado. Ao administrar as estirpes competidoras com a vacinação como parte da nova abordagem, pode ser possível obter uma proteção eficaz mesmo em pessoas que não têm estirpes competidoras deste tipo.

Reduzir a utilização de antibióticos

Uma das principais vantagens da nova abordagem é o facto de deslocar as bactérias patogénicas sem necessidade de recorrer a antibióticos. É também eficaz contra os germes resistentes aos antibióticos, que estão a tornar-se um problema de saúde cada vez maior.

Com a nova abordagem, as bactérias patogénicas ou mesmo as resistentes aos antibióticos podem ser eliminadas nos intestinos dos doentes antes das intervenções cirúrgicas. Isto seria particularmente importante, por exemplo, no caso de transplantes de órgãos, em que os doentes têm de tomar medicamentos imunossupressores. Os investigadores sublinham que isto permitiria reduzir a utilização de antibióticos.

Esta abordagem poderia também ser útil antes de viagens a países distantes, onde circulam estirpes bacterianas para as quais o sistema imunitário não está preparado. "De um modo geral, quanto mais sucesso tivermos na dizimação das estirpes nocivas e resistentes aos antibióticos na população, melhor será para a saúde de todos", afirma Slack.

Um dia, as pessoas poderão engolir uma cápsula que contenha a vacina e a bactéria concorrente, por exemplo. No entanto, é necessária mais investigação antes de esta abordagem poder ser aplicada em seres humanos. No estudo atual, os cientistas utilizaram modelos de agentes patogénicos para demonstrar que era possível deslocá-los do intestino. Agora, a grande tarefa que os investigadores têm pela frente é aplicar as suas descobertas a estirpes microbianas clinicamente relevantes - bem como a pessoas.

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